Resenha Crítica
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Philipe Macedo Pereira
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Referência
do Texto:
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RANCIÉRE, Jacques. A
Partilha do Sensível: estética e política / Jacques Rancière; tradução de
Mônica Costa Netto. – São Paulo: EXO experimental org.; Ed. 34, 2005.
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Palavras-chave (3):
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Arte; política; estética
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Desenvolvimento do Texto:
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Na obra “A partilha do sensível:
estética e política”, o filósofo francês Jacques Rancière discorre sobre a
indissociabilidade entre arte e política, assim como os conceitos vagos com
relação à modernidade, e também pondera acerca da vanguarda e
pós-modernidade, contribuindo com as discussões do pensamento contemporâneo.
No capítulo foco desta resenha, intitulado “Dos regimes da arte e do pouco
interesse da noção de modernidade”, o filósofo trata de alguns conceitos
centrais relacionados à criação da arte no século XX e noções políticas
associadas.
Rancière primeiramente argumenta
que as noções de modernidade e vanguarda, relacionadas ao“regime da arte”, muitas
vezes não levam em conta “[...] a historicidade própria a um regime das artes
em geral” (p.27), os caminhos da arte ao longo de sua construção, e também
“[...] as decisões de ruptura ou antecipação que se operam no interior desse
regime” (p.27). Então, ao tratar da arte, o filósofo discorre sobre três regimes de
identificação da arte, sendo o primeiro chamado regime ético das imagens, onde a arte não é assim chamada, mas se
encontra associada às imagens. Dentro desta questão, chama atenção também o
fato apontado por Rancière acerca dos simulacros, de como eles imitam modelos
pré-definidos com fins específicos.
O segundo regime apontado pelo
autor é o poético, também chamado
representativo. Tal regime trata do fazer artístico. “É o feito do poema, [...], que importa, em
detrimento do ser da imagem, cópia
interrogada sobre seu modelo” (p.30). Desta forma, o poético / representativo define as maneiras de fazer e da
apreciação de boas imitações, e também as representações dessas formas de
observar.
O terceiro regime é o estético, o qual segundo Rancière, trata do modo de ser do que é
artístico, o “[...] modo de ser específico daquilo que pertence à arte, ao
modo de ser de seus objetos” (p.32). O regime estético remove da arte a
obrigação de ser vinculada a regras ou propósitos. O autor reflete que tal
regime é um momento de experimentação, e discorre que o estético,
primeiramente, tenciona obter uma relação do antigo com o novo na arte.
A partir destes conceitos, Rancière
promove uma discussão sobre a noção de modernidade vigente e sobre pareceres
confusos relacionados a ela, aponta dois equívocos: o de “[...] uma
modernidade simplesmente identificada à autonomia da arte [...]” (p.38), de
forma que cada arte exploraria seu potencial dentro de seus meios específicos,
sem se ater aos significados outros (um exemplo do autor é a literatura ou
poética sendo analisadas sem levar em conta seus usos comunicacionais), e
também o equívoco de conceber a arte como “[...] forma e auto-formação da
vida” (p.39), na tentativa de valorar o que é artístico e dar um sentido.
Desta forma, o autor conduz o leitor a indagar-se se há de fato uma obrigação
da arte em servir a algo ou alguém.
Ao discorrer sobre a modernidade,
Rancière liga os movimentos da arte com a questão política, demonstrando que
tanto arte quanto política partem a partir de um ideal, de utopias, e mesmo
não sendo possível alcançar, talvez, o que está inicialmente proposto,
trabalham neste meio. E os partidos então, conforme o autor, reproduzem a
tentativa de se aproximar do que é perfeito, ideal, segundo os critérios de
quem faz parte daquele grupo. Tal qual em grupos de arte.
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Observações:
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Rancière no capítulo “Dos regimes da
arte e do pouco interesse da noção de modernidade” aborda os movimentos da
arte associados à política, pois segundo sua visão, ambos são decorrentes de
um ideal e de utopias a serem alcançadas.
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Resenha Crítica III: "A partilha do Sensível", de Jacques Rancière
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